Cineclube Afrocine, filme Música é a Arma

AFROCINE

 /// dia 28/11 às 19h30: Música e Resistência

Exibição do filme: MUSICA É A ARMA ( MUSIC IS THE WEPON, dir. Stéphane Tchal-Gadgieff e Jean Jacques Flori,1982 , 54', FRANÇA).

 Fela Anikulapo Kuti nasceu em Abeokuta, no estado de Ogun, na Nigéria em uma família de classe média. Mudou-se para Londres em 1958 com a intenção de estudar Medicina, mas acabou decidindo estudar música no Trinity College of Music. Lá, ele formou a banda Koola Lobitos, tocando um estilo de música que chamaria posteriormente de Afrobeat. O estilo era uma mistura do Jazz americano com o Highlife da África Ocidental.
    Fela Kuti gravou mais de 70 discos em 30 anos de carreira, casou-se com 27 mulheres em uma mesma cerimônia, candidatou-se à presidência da Nigéria, peitou o regime corrupto do país, foi preso, e morreu em 02/08/1997, aos 59 anos, vítima da AIDS. Sua música impressionou figuras como Paul McCartney, James Brown, Gilberto Gil e Miles Davis. Para usar um grau de comparação, Fela Kuti está para a música africana e para África assim como Bob Marley está para reggae e para Jamaica.
Ele teve uma grande importância política para toda a África ao longo das décadas de 70, 80 e 90, sendo sempre um porta-voz de denúncia dos regimes autoritários.
Dirigido em 1982 por Stéphane Tchal-Gadgieff e Jean Jacques Flori, "Music Is The Weapon" é um documentário definitivo sobre Fela. Um filme essencial para todos saberem mais sobre o artista e sobre a história da música africana.

Música
    O estilo musical de Fela Kuti é chamado Afrobeat, o que essencialmente é uma fusão de jazz, funk e cantos tradicionais africanos. Possui percussão de estilo africano, vocais e estrutura musical que passa por jazz e seções de funky horn. O "endless groove" também é usado, com um ritmo básico com baterias, muted guitar e baixo que são repetidos durante a música. Essa é uma técnica comum na África e em estilos musicais influenciados por ela, como o funk e o hip-hop. Alguns elementos presentes nas musicas de Fela são chamados de call-and-response (chamada e resposta) com o coro e alguns simples mas significativos rifes. A música de Fela quase sempre tem mais do que dez minutos, alguns atingindo a marca de vinte ou trinta minutos. Essa é uma das muitas razões que sua música nunca atingiu um grau de popularidade substancial fora da África. Os principais instrumentos de Fela eram o saxofone e o teclado, mas ele também tocava trompete, guitarra e, ocasionalmente, solos de bateria. Fela se recusava a tocar musicas novamente após já tê-la gravado, o que por sua vez retardou sua popularidade fora da África.

    O Afrobeat é um gênero musical muito próximo da nossa cultura, graças a nossa formação social, em que o africano e a tradição Yorubá são os elementos principais que compõe a nossa ginga. Fela é, sem dúvida, um grande representante disso tudo.

    É fundamental e necessário conhecer a obra de Fela Kuti porque sua obra apresenta uma vasta produção ao longo de três décadas de rara inspiração e identidade. Sua música tem uma marca própria, é ponto de partida para uma nova geração de bandas inspiradas no afrobeat, e seu discurso de contestação política é uma excelente referência para os letristas de Hip-Hop.

Debate:  Poder da música

Debatedor: Alexandre Garnizé músico, educador, ex baterista da banda Faces do Subúrbio.

 
Local:
Centro Municipal de Cultura Afro-Brasileira Odette dos Santos
Rua Dona Alexandrina, 844 (esq. com R. 13 de maio)
Telefone: (16) 3371-8886 

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Sobre o Afrocine: O Afrocine é o novo cineclube da cidade de São Carlos que tem como objetivo trazer para a discussão questões como racismo, discriminação e diversidade. É um espaço que busca a valorização e o reconhecimento de filmes brasileiros e internacionais, cujo tema sejam relações étnico-raciais. O Afrocine é uma realização do Programa Cinema para Todos e da Sala de Africanidades, projetos da Secretaria Municipal de Educação e Cultura em parceria com o cineclube CineUFSCar. Realiza exibições mensais de filmes com debates no Centro de Cultura Afro-Brasileira "Odette dos Santos", às sextas-feiras.

Um comentário:

Unknown disse...

Que tal vocês fazerem um mês dedicado ao Eddie Murphy?